É infinitamente tenebroso conhecer-se.
Saber que as coisas difíceis de mudar vão aparecer algum momento para o outro, por mais que se tente ignorá-las ou disfarçá-las. E é exatamente aquilo que queremos mudar, mas por inúmeras razões, não o fazemos. Ou o fazemos tão lentamente que não funciona.
Falar demais estraga a comunicação. A necessidade de querer travar toda o contato através das palavras, faz com que elas, primeiro, percam o valor, e depois, se percam em si mesmas. Já dizia o velho sábio, quem fala muito, acaba falando merda.
Por que é tão difícil para os falantes ouvirem o som do silêncio? Perdidos entre oxítonas, paraxítonas, proparoxítonas e monossílabos, a beleza do não falar desaparece, a comunicação pelo olhar, pelo tato e pelos outros tantos sentidos inaudíveis, desaparece.
De erro em erro, a necessidade de transformar o padrão ganha forma.
Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable
11 de jun. de 2010
4 de abr. de 2010
In Segurança
Insegurança é um bichinho que se instala na cabeça, confunde os pensamentos e te faz acreditar que tudo que parecia certo não é mais. Percorre o corpo todo, desestabiliza o coração e muda, realmente, a ordem das coisas.
11 de mar. de 2010
E tenho dito... Acontece o que tem que acontecer.
O Que Tinha De Ser
Vinicius de Moraes
"Porque foste na vida
A última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu
Sem eu saber sequer
Porque és o meu homem
E eu tua mulher
Porque tu me chegaste
Sem me dizer que vinhas
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh'alma
Como um amanhecer
Porque foste o que tinha de ser"
"A duração da paixão é proporcional à resistência original da mulher".
Honoré de Balzac - The Physiology of Marriage, 1829
25 de fev. de 2010
Lamentando a meninice
Interessados em amores líquidos, o século 21 nos trouxe a rapidez dos encontros e desencontros. Uma semana saindo com alguém é hoje tempo suficiente para se saber se as histórias vão pra frente ou não.
Sinceridades demais, mensagens de celular e redes sociais recheadas de fotos e informações fazem a distância mais curta e o conhecimento do outro ser, bem menos específico. Sabe-se o que deseja-se saber. Acredita-se no que deseja-se acreditar.
Aos 30 anos, já não acredito em muita coisa. O ímpeto da paixão ainda me bate, mas passa rápido. É retalhado pela frustração antes mesmo de se ter estabelecido algum tipo de relacionamento. Eis os tempos modernos. A solidão, eterna amiga dos corações partidos, já não é facilmente substituída pela companhia, que dura pouco, ou quase nada, fluidificada entre copos de cerveja em noites que passam rápido demais.
O lamento é pelo comportamento antigo, dos 20 anos, minha própria menininice que faz querer acreditar que tudo pode ser profundo e verdadeiro, que o interesse pelo outro ser pode ainda ultrapassar a página dois, que há futuro no amor para jovens perdidos entre drogas e portas de baladas. Ahh... contemporaneidade. Ahh... o gosto acerbo da desilusão.
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