25 de fev. de 2010
Lamentando a meninice
Interessados em amores líquidos, o século 21 nos trouxe a rapidez dos encontros e desencontros. Uma semana saindo com alguém é hoje tempo suficiente para se saber se as histórias vão pra frente ou não.
Sinceridades demais, mensagens de celular e redes sociais recheadas de fotos e informações fazem a distância mais curta e o conhecimento do outro ser, bem menos específico. Sabe-se o que deseja-se saber. Acredita-se no que deseja-se acreditar.
Aos 30 anos, já não acredito em muita coisa. O ímpeto da paixão ainda me bate, mas passa rápido. É retalhado pela frustração antes mesmo de se ter estabelecido algum tipo de relacionamento. Eis os tempos modernos. A solidão, eterna amiga dos corações partidos, já não é facilmente substituída pela companhia, que dura pouco, ou quase nada, fluidificada entre copos de cerveja em noites que passam rápido demais.
O lamento é pelo comportamento antigo, dos 20 anos, minha própria menininice que faz querer acreditar que tudo pode ser profundo e verdadeiro, que o interesse pelo outro ser pode ainda ultrapassar a página dois, que há futuro no amor para jovens perdidos entre drogas e portas de baladas. Ahh... contemporaneidade. Ahh... o gosto acerbo da desilusão.
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